Pokemon e transmídia, a união que criou um império.

Pokemon e transmídia, a união que criou um império.

10/04/2018 0 Por Carlos Thiago

Fala galera, depois de algum tempo trago uma ideia bem diferente. Este post tem como objetivo demonstrar algumas das diferentes nuances ao qual perduram o sucesso da franquia Pokemon. Para isso, usaremos como base o modelo de narrativa transmídia, apresentado por Henry Jenkins, em seu livro Cultura da Convergência. Para assim entendermos o que Pokemon e transmídia tem haver e porque isso é tão importante para a marca.


Para entendermos essa mistura entre Pokemon e transmídia, primeiro devemos entender o que é uma narrativa transmídiatica. Para isso vamos separar seu conceito de uma adaptação e de narrativas crossmídia. Para exemplificar usaremos de diversos exemplos dentro do contexto da cultura pop.

O que é Transmídia?

Histórias transmidiaticas nas palavras de Jenkins são: “desenrola-se através de múltiplas plataformas de mídia, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo”. Logo, podemos perceber que esse modelo de narrativa presa pela criação de um universo amplo. Onde diversas histórias possam ser contadas em mídias diferentes, que irão reproduzir interações desse universo com públicos distintos. Assim podendo-os atrair para as outras diversas mídias ao qual pertence esse universo.

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Não entendeu? Basicamente uma narrativa transmídia se apresenta quando temos um universo que detêm várias histórias. Essas histórias são contadas de formas separadas em diferentes mídias, podendo muitas das vezes se cruzarem. O maior detalhe é que cada história se complementa de alguma forma, fazendo com que o fã tenha que acompanhar diversas mídias para apreciar todos os detalhes dela.

Interessante notar, que dentro desse modelo estratégico toda mídia e sua história deve servir de “abre-alas” para o universo, porém elas não podem dar um fim para o seu universo, o que foge das narrativas lineares que trabalham início, meio e fim.

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Nesse sentido, podemos diferenciar narrativa transmídia de adaptação e\ou croosmidia, pelo fato de transmidia se tratar de um universo compartilhado por várias histórias onde elas se complementam. Já as croosmídias trabalham uma franquia ou marca dentro de um universo que se apresenta em diversas mídias, porém as histórias não se complementam, elas vivem por si só, fazendo parte do guarda-chuva da marca maior.

Um pouco de história para entender a mistura de Pokemon e Transmídia.

No caso de Pokemon, podemos perceber toda a evolução da marca a partir da narrativa transmídia. A marca foi criada por Satoshi Tajiri em 1995 como games para o console portátil da Nintendo, Game Boy. O jogo lhe permite jogar num modelo de RPG, onde o usuário tem liberdade de escolher suas estratégias para seguir no jogo. Sendo assim, cada jogador desenvolve um estilo próprio.

No final dos anos 90, também foi criado e distribuído pelo mundo o anime (animação japonesa) de Pokemon. Com ajuda da tecnologia mais abrangente e disseminadora de conteúdo (na época), que era a televisão, a franquia se tornou febre, principalmente entre o público infantil. Hoje a marca vale R$ 40,5 bilhões. Além de ser a segunda maior franquia de games do mundo, perdendo somente para Super Mário.

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Pokemon e Transmídia.

O sucesso da empresa se da pela escolha do público alvo e pela narrativa apresentada pela série. Pensando no modelo de narrativa transmídia, a marca se desenvolve em diversos meios. Além dos games e do animê, temos: mangás, card games, jogos de tabuleiros, brinquedos, roupas para coysplayers, action figure e muito mais. Para se ter uma noção, a Nintendo e a Universal Park Resorts acertaram no ano de 2015 o projeto para a criação de parques temáticos onde um dos temas principais será a franquia.

Além disso, Pokemon Go é um momento único na história da franquia. A jogo que leva o nome da marca, foi a primeira interação de alto nível que se teve com a tecnologia de realidade aumentada. O sucesso foi tamanho, que as ações da Nintendo subiram 10% no mês de lançamento do jogo.

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A narrativa feita pela série não é diretamente complementar, mas sim, direciona para a um lock-in de atenção. Pokemon sempre terá como pilar central o jogo. Sendo assim, toda a história terá como base as novidades criadas para cada novo jogo da série (novos pokemons, mapas, estratégias etc). A partir disso temos novos card games, que permitem aos jogadores criarem novas estratégias tanto para o jogo de cartas quanto para o videogame. Para exemplificar as mudanças que aconteceram de um novo jogo para o antigo, existe o anime e o mangá, que se constroem em arcos fechados ou temporadas, referentes ao novo jogo. No caso do mangá sempre somos apresentados a uma nova jornada com novos personagens principais. Porém no animê temos a dupla que são o símbolo da série, Ash e Pikachu.

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O modelo estratégico funciona por uma mídia levar a outra por simples interesse de expansão do universo. Além de experiências diferentes que cada mídia pode apresentar, pois as historias não são as mesmas. Além disso, devemos voltar lá no inicio e perceber a forma como Pokemon foi apresentada ao mundo e para quem.

O Pulo do Pikachu e a chave do sucesso.

Ela é uma série voltada para um público mais infantil. Porém, demanda jogabilidades que chamam atenção, até hoje, de um público mais velho. Outra coisa é a forma como foi distribuída. A série sempre pertenceu aos consoles portáteis, que facilitam a experiência do usuário com a marca, pois pode se jogar em qualquer lugar. Além de ser mais barato, o que permite aos pais comprarem tanto o console quanto o jogo para os filhos. Essa estratégia facilita um caminho onde Pokemon e transmídia consigam andar de lado a lado, de forma a maximizar as vendas e o interesse pela história.

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Nesse mesmo sentido, o anime apresentou dois personagens para seu público, que hoje são ícones da cultura pop. Onde através de uma linguagem infanto-juvenil para infantil, conseguem desenvolver conceitos de amizade, bondade, espirito aventureiro, junto com ação.

Portanto, o sucesso da mídia não fica somente apresentado no modelo de narração transmídia. Mas também, pela escolha do público alvo e a forma de divulgação que foi feita da marca. Logo, podemos perceber que somente a utilização de um estratégia narrativa não vai trazer sozinha o sucesso. Se apresenta necessário toda uma construção de um plano para que o modelo narrativo, seja ele qual for, de certo. Como foi esse caso de Pokemon e transmídia.

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E ai galera, curtiram esse post? Já tinham ouvido falar nessa teoria? Acharam interessante essa mistura entre Pokemon e transmídia? É algo bem louco, mas nos faz entender um pouco como as coisas funcionam né.

Tentei trazer algo bem diferente para vocês. Depois desse tempo sem escrever. Fica a dica ai se alguém se interessar pelo livro do Henry Jenkins. É um livro bem tranquilo de ler, com bons exemplos. Se quiserem dar uma olhada cliquem aqui.

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