Yokohama Kaidashi Kikou – Sobre tempo e mudanças.
04/11/2020 1 PorNesse período de quarentena tive a oportunidade de ler e assistir várias coisas, e uma que terminei recentemente foi Yokohama Kaidashi Kikou (YKK). Apesar de começar lendo com certa desconfiança, o mangá me conquistou muito, principalmente na sua simplicidade e se tornou um dos meus favoritos.
Por isso, decidi fazer esse texto para não só incentivar mais pessoas a lerem esse mangá, mas também falar sobre um assunto muito presente nele.
Introdução à Yokohama Kaidashi Kikou.
O mangá se passa num Japão pós apocalíptico em que o Monte Fuji entrou em erupção e afundou a cidade de Yokohama. A narrativa gira em torno, principalmente, de Alpha, uma robô que trabalha no “Café Alpha”, ela não tem muitos clientes, mas gosta muito de trabalhar.
Além disso, a história conta com muitos outros personagens, alguns introduzidos de primeira, outros conforme os capítulos passam. Contudo, não vou me aprofundar muito nos personagens porque a intenção é que leiam o mangá, falar sobre eles é uma perda de parte da experiência.
O mangá é da demografia “Seinen“, escrito por Hitoshi Ashiano, e o gênero é, principalmente, slice of life. Por isso, não espere ler imaginando algum grade plot twist, ou muita ação, ele é um mangá realmente sobre vida cotidiana. Desse modo, as principais qualidades desse mangá são: a construção dos personagens e a simplicidade da narrativa.
Enfim, recomendo muito uma lida nesse mangá para quem não o conhece, leiam no tempo que precisarem, a leitura é simples, mas vai render bons momentos de reflexão.
Obs: A partir desse ponto contém SPOILERS.
Lições e reflexões dentro de YKK.
Yokohama Kaidashi Kikou apesar de seguir uma linearidade temporal dentro da história, não tem um objetivo específico dentro da obra. Por isso, constantemente vemos diferentes temas sendo abordados ao longo da história.
Questões como maturidade, sensibilidade, persistência e auto conhecimento são temas muito abordados durante toda a obra, ao passo que seria um texto gigante caso eu decidisse mostrar todos esses pontos. Por isso, separei alguns capítulos, que são os meus favoritos, e vou comentar um pouco sobre o que, na minha visão, eles falam.
Capítulo 50
Esse capítulo foi um “turning point” na minha experiência com o mangá. Mesmo que eu já estivesse gostando do que eu estava lendo antes dele, depois desse capítulo eu sabia que esse mangá ia me marcar muito.
O capítulo começa com a personagem Makki encontrando a Misago, da forma inesperada como costuma acontecer durante a obra. Depois disso, o cenário muda para o café alpha, onde estão conversando o Takahiro e a Alpha. Contudo, dessa vez, não é uma conversa alegre, pois o Takahiro se sente mal porque a Misago não se interessa mais por ele, apenas pela Makki. Por causa disso, Alpha se entristece, e sugere que talvez, a Misago não o veja mais como criança, mas a Makki sim.
Eu entendo esse capítulo como uma aceitação do amadurecimento, e acima de tudo, uma aceitação do tempo e as mudanças que ele traz para nossas vidas.
Capítulo 62
Provavelmente um dos capítulos mais comentados e conhecidos do mangá, principalmente por ter uma adaptação OVA em anime muito boa.
O capítulo se passa em um cenário não muito comum dentro da obra, a casa do “Ojisan“. Devido a um tufão perigoso que passaria próximo ao café alpha, a protagonista é convidada a não dormir em sua casa e se abrigar na casa de Ojisan. Logo após a chegada do tufão, Ojisan sai da casa, dizendo que voltaria mais tarde. Entretanto, ele acaba ficando fora por muito tempo, e Alpha passa a noite pensando preocupada sobre ele e seu café.
Depois que amanhece, o tufão se foi, Alpha sai da casa de Ojisan e durante uma sequencia de 5 páginas, sem nenhum diálogo, vemos a trajetória de Alpha até o café. Depois, seguimos da visão de Ojisan em sua caminhonete a procura de Alpha, até encontra-la tocando violão em frente ao café destruído.
É um capítulo impactante, e muito sensível, a Alpha é uma personagem muito humana, apesar de não ser uma e é fácil sensibilizar com ela. A tensão no momento da madrugada funciona muito bem para o leitor também, é difícil saber o que esperar. Porém esse fato também contribui para um ótimo arco da Alpha posteriormente sobre auto conhecimento.
Capítulo 122
Um enorme salto na história, desde o último capítulo citado, anos se passaram muitas coisas aconteceram. Mas eu queria comentar sobre até 3 capítulos específicos, pra ficar mais dinâmico. Por isso, escolhi o 122, o capítulo que pra mim é o início do fim de Yokohama Kaidashi Kikou.
Nesse capítulo, Alpha vai ao encontro de Ojisan e eles começam a conversar, com o assunto central sendo mudanças que ocorreram na cidade. Naquele ponto, o Takahiro havia se mudado e o Ojisan comenta que logo mais a Makki faria o mesmo. Além disso, é dito também no capítulo que as ondas estão chegando cada vez mais próximas ao café alpha, logo mais, Alpha não iria poder se manter mais ali.
A simplicidade dos diálogos, sendo retratados realmente de uma forma sensível e cotidiana é sensacional. E isso somado ao fator “nostálgico” de uma história que mostrou essas mudanças de forma gradual.
É sem dúvidas, um dos capítulos mais marcantes e emocionantes desse magnífico mangá, além de possuir meu final de capítulo favorito de toda a obra.
Conclusão
Por fim, é isso, essa foi sem dúvidas uma das melhores experiências que eu tive com mangá da minha vida, falo com tranquilidade hahaha.
Com certeza daria para falar muito mais coisas sobre a obra, muitos personagens não foram citados, muitas relações também não. Além disso a questão da Alpha com o “dono”, a máquina fotográfica, entre inúmeras outras coisas.
Mas fica o convite para quem quiser acrescentar outras coisas sobre Yokohama Kaidashi Kikou para deixar seu comentário falando sobre sua experiência. Ficarei feliz de ler os comentários!
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